Porto Alegre: Vale a pena incluir no seu roteiro?
Não pouco frequente ouvimos de pessoas que foram visitar a Serra Gaúcha que apenas pisaram em Porto Alegre, mais especificamente no Aeroporto, de onde partiriam rumo à Serra, sem dar sequer uma chancezinha pra capital gaúcha.
No feriado de 15 de novembro fui conhecer o Rio Grande do Sul. Como a passagem foi comprada com milhas e estava muito barata pra ir na quinta-feira (dia comum – antes do feriadão), fui e tive a sexta-feira toda livre na cidade. Vou discorrer pra vocês o que aprontei durante minha curta e suficiente estadia. 🙂
Como cheguei numa quinta-feira bem tarde, fui direto pro hotel dormir. No dia seguinte acordei cedinho e peguei um Uber pra Cidade Baixa, onde fica o Centro de Informações Turísticas. De lá partem dois ônibus de turismo: 1) Centro Histórico e 2) Zona Sul. Como meu tempo era curto e eu estava viajando sozinha, fui em ambos.
De manhã optei por pegar o ônibus que faz o trajeto do Centro Histórico, que tem 7 paradas e você pode pegar o ônibus em qualquer uma delas, podendo descer e subir no próximo.
Primeiramente parti da Travessa do Carmo (Cidade Baixa) e passei pelo Parque da Redenção (Farroupilha), o parque mais popular da cidade e tradicional ponto de encontro dos moradores seja pra praticar algum esporte, descansar ou tomar chimarrão.

No caminho passamos pela famosa Rua Gonçalo de Carvalho, calma e arborizada, com árvores formando uma espécie de túnel. Os porto-alegrenses carinhosamente chamam-na de “rua mais bonita do mundo”. 🙂

O próximo ponto foi o Parque Moinhos de Vento, mais conhecido como Parcão, outra área verde da capital. Como estava frio e eu estava sozinha, não quis descer do ônibus, apenas passei em frente.
O ponto onde eu desci foi o seguinte: Mercado Público, bem no Centro Histórico de Porto Alegre. Vale a pena descer nesse ponto e conhecer um pouquinho do mercado, que tem arquitetura neoclássica e é muito bem preservado por fora. Em seu interior você encontrará coisas que encontra nos mercados locais do país: produtos típicos da região, opções para fazer um lanche, artesanato e muito chimarrão. A banca 40 é bem famosa pelos seus sorvetes.

Resolvi não entrar no próximo ônibus e sim bater perna um pouco pelo centro. Fui até o Santander Cultural, que de cara me chamou atenção pela bonita fachada. Entrei e estava tendo uma exposição sobre a história da moeda, talvez não seja tão interessante pra vocês, mas eu até que gostei (sou economista, gosto de tudo que envolva dinheiro!). kkk. A programação muda com frequência, então sugiro que dê uma olhadinha no site pra ver se tem algo interessante antes de ir. O foco deles são exposições de arte moderna e contemporânea, e por lá já passaram obras de Miró, Picasso, etc.

Quando descer no centro histórico aproveite pra esticar até a Casa de Cultura Mário Quintana, onde funcionava um hotel em que o poeta morou por 12 anos. O espaço é dedicado ao cinema, à música, às artes visuais, à dança, ao teatro, à literatura, à realização de oficinas e aos eventos ligados à cultura. Não consegui tirar foto, sorry.
Coincidentemente, quando eu estava lá estava tendo a Feira do Livro, importante evento da cidade que ocorre no mês de novembro. Perambulei um pouco por lá e rumei para o próximo ônibus.
O próximo ponto foi a Usina do Gasômetro, lugar conhecido por oferecer um belo pôr do sol. Como ainda era cedo, não pude aproveitar essa dica. Além disso, o Gasômetro é um dos espaços culturais mais importantes de Poa e com grande importância histórica, pois foi palco da industrialização ainda incipiente no país.

De lá passei pela Fundação Iberê Camargo, mas confesso que não tive interesse em visitar, mas pra quem é fã de arte moderna e contemporânea acredito que valha a pena a visita.
O último ponto a ser visitado nesse roteiro do ônibus é o Barra Shopping Sul, que não desci e segui de lá para almoçar, pois já estava tarde e a fome já havia batido há tempos.
Pedi dica de churrascaria pra uma amiga gaúcha, pois queria fugir do “pega-turista”, que parece ser bem comum pelo que li. Infelizmente não tirei foto do local, mas recomendo MUITO! Chama-se Barranco e lá comi um dos melhores churrascos da vida! rs. Sério, minha carne estava assada no ponto em que gosto, saborosa e muito bem servida. O restaurante funciona no esquema à la carte e sugiro que peça de acompanhamento os bolinhos de mandioca, que são maravilhosos. Além disso, o atendimento foi também um diferencial. 🙂 A quem interessar, fica no endereço Av. Protásio Alves, 1578 – Alto Petrópolis.
Após me empanturrar de carne, rumei novamente pra Cidade Baixa, pra pegar o ônibus da tarde que tem como itinerário a Zona Sul. Peguei o ônibus das 15h e juro que nunca senti tanto frio na minha vida rsrs. O segundo andar do ônibus é aberto e bate muito vento, que estava bem frio naquele dia. Ou seja, congelei. Mesmo que não esteja frio na cidade, vale a pena levar uma roupa mais quentinha por causa do vento.
Nesse tour passamos pelos seguintes pontos: Caminho dos Antiquários, Orla do Guaíba (que apesar de chamarem de rio, é um lago), Parque da Harmonia, Parque Marinha do Brasil, Fundação Iberê Camargo (de novo), Praia de Ipanema (sim!), Santuário Nossa Senhora Mãe de Deus e Museu de Porto Alegre.

O trajeto Zona Sul não permite paradas e tem como foco as paisagens naturais. A duração – desconsiderando o trânsito – é de aproximadamente 1:40. O ponto alto do passeio foi visitar o Santuário Nossa Sra Mãe de Deus, que possibilita ter uma vista de 360° da cidade. Como fica bem no alto de uma montanha, com direito a muito verde, proporciona vistas e paisagens muito bonitas! 🙂


A título de curiosidade, me chamou atenção o fato de Porto Alegre ser uma cidade tão verde: a zona urbana é uma das mais arborizadas dentre as capitais do país. Segundo o guia do passeio, a cada habitante correspondem, aproximadamente, 17 m² de área verde.

Outra coisa me chamou atenção no “Porto” (como eles costumam se referir rs): a simpatia das pessoas. Tive uma boa impressão em relação à hospitalidade e não me senti deslocada em momento algum da viagem, mesmo viajando sozinha. A gastronomia também é algo que merece destaque.

Apesar de ter sido uma estadia agradável, pelo menos pra mim, que fui com fins de lazer, a cidade é o tipo de lugar que eu não faria questão de voltar, do tipo que “apenas uma vez está bom”. Então, caso vá pra Serra Gaúcha, vale a pena passar ao menos um dia em Porto Alegre por tratar-se da capital do Estado. As cidades de Canela e Gramado, por exemplo, são lindas mas muito fakes, não achei que possuem uma identidade própria e sim algo extremamente desenhado para o turismo.
Porto Alegre: Informações adicionais
Ônibus de Turismo
Valor dos ingressos: Terça a sexta-feira R$ 25,00/ Sábados, domingos e feriados R$ 30,00.
Horário de saída do ponto inicial: 9h às 16h
Funcionamento de terça a domingo e feriados
Itinerário Zona Sul sempre às 15h e às vezes às 10h, quando tem no mínimo 10 passageiros.
Ingressos no terminal da linha turismo ou nos pontos de venda. Os ingressos não são vendidos no ônibus.
E vocês? Acham que vale a pena incluir a capital gaúcha ou não?
10 Comments
Oi, essa churrascaria barranco fica no centro histórico tb? Obrigada.
Oi Nathalia! Não fica no Centro histórico, fica no bairro de Alto Petrópolis, no endereço Av. Protásio Alves, 1578. Beijos!
Ola, nao entendi como funciona essa de pegar o proximo onibus rs
Pode descer e passear?
Isso! Você pode descer, passear e pegar o próximo ônibus. Um abraço!
Ola! Cada vez que sobe no onibus paga um novo ingresso?
Olá Maria! Não não. Você pode descer e subir no ônibus quantas vezes quiser, desde que seja no mesmo dia. Bjs!
adorei as dicas, era o que estava precisando fazer em 1 dia.
Que bom que gostou, Renata! 🙂
Ola..estou começando Curso de Guia Turismo, e tenho que elaborar um roteiro, foi que te encontrei, adorei a idéia do seu roteiro de um dia..ainda mais de minha cidade..Poa/RS. Valeuuu
Opa, que bom que foi útil! Peça pros seus clientes visitarem o blog também rsrs. Um abraço!