O que fazer em Zurique: Roteiro e curiosidades
Visitamos Zurique em pleno inverno, no mês de dezembro, quando os mercados de Natal estavam a todo vapor. Não sei como seria a cidade sem aquele clima natalino que vimos, mas fiz questão de atravessar o país pra curtir um pouco o clima dessa época tão gostosa. 🙂
Digo atravessar o país porque estávamos em Lugano, na Suíça italiana, e viajamos de trem para Zurique. Como eu ainda não tinha o Swiss Pass – passe que permite utilizar ilimitadamente o transporte público no país – comprei ainda do Brasil um Supersaver ticket, que é um tipo de passagem com desconto de até 50% quando comprada com antecedência.

Cheguei em Zurique, na Bahnhof, a principal estação de trem da cidade. A região em que está situada é exatamente onde tudo acontece: centenas de lojas, restaurantes, museus, belas ruas… e é a melhor região onde você pode se hospedar quando quiser priorizar o quesito localização.
Ao contrário de muitas estações da Europa, essa tem um charme a mais, principalmente em época natalina. Digo isso porque dentro da estação tem um mercado de Natal coberto que te dá boas-vindas do melhor jeito possível, faça chuva, neve ou sol. 🙂

Ao desembarcar, primeiramente fomos ao Tourist Information, que fica dentro da estação. Além de comprar o Swiss Pass, que ativaríamos no dia seguinte, pegamos* o Zürich Card de 24 horas (há também a opção de 72 horas). Com esse passe você tem os seguintes benefícios:
- Viagem ilimitada de 2ª classe de bonde, trem, ônibus e teleférico na cidade;
- Cruzeiro no rio Limmat e Passeios de barco curtos;
- 50% de desconto na excursão a pé da cidade velha de Zurique;
- Entrada gratuita ou reduzida em 41 museus.
Pra quem não possui o Swiss Pass, vale a pena. Nós ativamos o Swiss Pass apenas no 3° dia de viagem pelo país, pois financeiramente era o mais interessante no nosso caso. Caso você o tenha, o Zürich Card torna-se desnecessário.
Passamos um total de quatro noites na cidade, pois fizemos-na de base para outras que visitaríamos nos dias seguintes como bate-volta. Nos hospedamos as três primeiras noites no lindíssimo B2 Boutique Hotel & Spa, viajamos pra outros pontos do país e na última última noite retornamos, onde ficamos no Apart-Hotel Operated by Hilton, localizado próximo ao aeroporto e com serviço de shuttle (no dia seguinte pegaríamos um voo cedo e por isso optei por um hotel pertinho do aero).
Depois de deixar as malas no hotel, partimos pra Bahnhofstrasse, avenida com calçada larga e boa pro pedestre andar, cheia do glamour, bonita, movimentada, alegre, com um astral maravilhoso e na cara da Zurich HB (Bahnhof). Curiosamente essa é uma das ruas mais caras da Europa tratando-se de propriedades comerciais e por ela você encontrará dezenas de lojas caras como Louis Vuitton, Apple, Omega, Burberry, lojas de departamento, etc. Apesar disso, para os mais mortais há sempre uma Zara ou uma H&M. 🙂

Curiosidade: Na ocasião compramos um notebook, o novo MacBook Pro, que a título de informação saiu mais barato que se comprado nos Estados Unidos, por causa do reembolso do Tax Free. O único porém, e deixo aqui o alerta, é o teclado um pouco diferente do que estamos acostumados: temos o computador há um mês e ainda estamos apanhando pro teclado…rs. A Apple é uma das poucas lojas que na Suíça é menos cara que nos outros países (não me arrisco a dizer que é barata porque é cara do mesmo jeito). #chateada
Após caminharmos pela Bahnhofstrasse, entramos na Augustinergasse, outra rua lindinha localizada no Centro Histórico. Sugiro que caminhe até a Peterkirche ou Fraumünster, duas igrejas protestantes localizadas na região. Como toda igreja protestante, são bem simples por dentro e diferente das que estamos acostumados a ver na Europa católica. Porém, por fora são bem interessantes.


Ainda na mesma região, estique até a Lindenhof, praça localizada no alto, com vista panorâmica da cidade e que tem um xadrez gigante no chão. A vista de lá é maravilhosa, porém prepare as canelas pra subir as escadas que dão acesso à praça.

Após perambular pela Lindenhof e tirar boas fotinhos, desça a escadaria e siga pelas margens do Rio Limmat, que atravessa Zurique. Há diversas pontes ao longo do rio, com destaque para a Mühlesteg, onde os apaixonados penduram seus cadeados e fazem juras de amor.

Da Lindenhof caminhe por mais ou menos 15 minutos às margens do Limmat até chegar à Ponte Quaibrücke, onde um pouquinho mais adiante estará a Sechseläutenplatz, local que no Natal funciona o Wienachtsdorf, outro lindo mercado natalino. E, com Natal ou não, é onde está localizado o elegante prédio da Opernhaus Zürich, a casa de ópera da cidade.

Como ja havíamos andado um bocado e a fome bateu, paramos pra jantar num lugar bem legal, que em outro post conto pra vocês. 🙂
Após o jantar, como fazia muito frio, fomos conhecer o Christkindlmarkt, um dos maiores mercados de Natal indoor da Europa e o mais famoso da cidade, localizado dentro da estação Zürich HB. É uma boa pedida para os dias chuvosos e frios, pois como é fechado acaba sendo mais agradável. Há diversas opções de comidinhas, bebidas e doces ao longo do mercado, mas a estrela principal é sem dúvida a bafônica árvore de natal feita com milhares de Cristais Swarovski. Essa cidade é um luxo ou não é? 🙂


No dia seguinte o tempo estava bem ruim, então demos prioridade aos passeios em locais fechados. Conhecemos a loja de fábrica da Lindt, que fica distante do burburinho turístico e é acessível por ônibus ou barco. Pegamos o ônibus na Bürkliplatz e descemos quase na porta. A loja de fábrica é como se fosse um outlet e é anexa à fábrica propriamente dita, que infelizmente não permite visitação.

Os preços são menos caros que no resto da cidade, mas ainda assim caros comparados a outros países da Europa (como a Espanha, por exemplo). Há algumas promoções interessantes quando comprados produtos em quantidade, mas é a minoria (vide foto abaixo). O mais legal da loja, a meu ver, é a boa variedade de produtos que não encontramos em qualquer lugar. Artigos de decoração, chocolates diferentes e edições limitadas valem a visita. Comprei um pacote de chocolate, que mais parecia um biscoito, de comer rezando.


Dica: Caso faça o passeio de barco na cidade e queira emendá-lo com uma visita à loja de fábrica da Lindt, desça em Kilchberg, onde está localizada. Sugiro que vá de barco e volte de ônibus pra variar um pouco. A loja abre de segunda à sexta, de 10:00 às 18:00; sábado de 10:00 às 17:00 e não abre aos domingos.
Após nos empanturrarmos de chocolate, voltamos à região de Bürkliplatz e caminhamos até o Zürich Landesmuseum, situado bem do lado da Zürich HB. O Landesmuseum é o mais importante e mais visitado museu do país. Seu interior tem a maior coleção de história cultural Suíça e é uma ótima oportunidade para os visitantes conhecerem a história do país desde a pré-história até os dias atuais. OBS: Atração 100% coberta pelo Swiss Pass e pelo Zürich Card.


Como o museu é grande e bem interessante, espere gastar algumas horinhas lá dentro. Quando acabar a visita e a fome bater, sugiro que procure a Confeitaria Sprüngli para experimentar um delicioso macaron suíço ou outro doce. Eu, sinceramente, acho que gostei até mais do macaron suíço do que do francês. É caro, mas o que não é caro nessa cidade? kkk


Como era Natal, fomos conhecer outro mercado, na Werdmühleplatz. Durante o período do advento acontece o coral da Árvore Cantante e é simplesmente espetacular!! Confesso que fiquei emocionada, e, mesmo no frio e na chuva, fiquei ali admirando o coral entoar um Bagatelle, de Beethoven, entre outras canções da música clássica e outras canções de natal. Caso esteja na cidade na época, não deixe de ir por nada. 🙂 Caso esteja muito frio, faça que nem eu: compre um glühwein (vinho quente) e pronto! 🙂
Atenção: O coral se apresenta durante a semana sempre às 17.30 e às 18:30. Sábados e domingos sempre às 14:30/15:30/17:30/ 18:30.

Outra atração agradável, que fizemos na manhã do outro dia, foi o passeio no Lago Zurique. O horário e os passeios variam de acordo com as estações do ano. Como fomos no inverno, fizemos o Winter Round Trips (short round trip), que funciona do fim de outubro ao fim de março. O barco parte da Bürkliplatz, retorna para o mesmo local e tem duração aproximada de 1 hora e meia. É uma boa pedida pra apreciar paisagens da cidade de outro ângulo. Há comida e bebida disponível pra compra. OBS: Atração 100% coberta pelo Swiss Pass e pelo Zürich Card.

Em nossa última noite em Zurique fomos jantar na Niederdorfstrasse, rua do centro histórico que ainda não tínhamos conhecido e que pareceu bem animada. Optamos por um bar com cerveja local, comida local e muita gente rs. Como dito anteriormente, em outro post falarei dos restaurantes, mas fica a dica de passear por essa rua caso esteja na cidade. A rua foi dica de uma seguidora que mora em Zurique e que estava acompanhando meu Stories na época da viagem. 🙂

Outras informações
Quando comecei a planejar a viagem pra Suíça, que até então era um sonho do meu marido, fiquei assustada com o preço praticado em tudo: passes de trem, hospedagem, alimentação, tudo. Agora que já voltei posso afirmar: é pra se assustar mesmo!! kkk.
Zurique tem uma das hospedagens mais caras do mundo. O Swiss Pass (2ª classe) de 8 dias custa 398 francos por pessoa, que na cotação que comprei, R$3,50, é quase R$1.400,00. Hospedagem também é de cair da cadeira.
Pensando nisso, quanto um viajante gasta em média por dia? Com base na minha viagem, tirando o passe, transporte, hospedagem e café da manhã, uma média de 60 francos por pessoa se fizer uma refeição em restaurante. Caso faça duas, uns 90 francos por pessoa. E não tô falando de restaurantes mega chiques. Conhecemos restaurantes simpáticos e comemos tudo que tínhamos direito, porque penso assim, é a Suíça né? 🙂 Do que adianta ir até lá e não poder comer um fondue, comprar chocolates na Läderach ou macarons na Sprüngli? rsrs. Até água é caro, e parece que os restaurantes não são muito adeptos da água da torneira, que é potável. Uma garrafinha de água custa em média 4 francos (quase R$15). Infelizmente é caro, mas o país não permite muitas economias.
Confesso que foi difícil deixar Zurique. O curioso é que quando eu estava planejando o roteiro, meu marido disse que não queria ir lá, pois queria focar nos passeios de montanha. Ainda bem que não escutei ele. A metrópole, que apesar de não ser a capital do país, é a mais populosa, mais importante, mais vibrante e é considerada uma das cidades mais caras do mundo. Já foi eleita a melhor “grande cidade para se viver”, tendo como indicadores o nível de educação, saúde, desenvolvimento econômico e segurança pública. Um dos lugares mais desenvolvidos que já visitei, repleto de pessoas educadas, transporte público excelente e super pontual, onde não é comum – pelo menos na minha experiência – ver pessoas morando na rua, pedindo e outros problemas sociais frequentes nos países menos desenvolvidos. Um lugar onde tudo funciona, onde parece que tudo dá certo e que nos faz refletir o quão estamos longe do primeiro mundo.
*O Zurich Card foi uma cortesia para o Blog Rafa pelo Mundo.
Agradecimentos à querida Eliana, do Instagram @turistandonasuica, que muito me ajudou na elaboração do roteiro. 🙂
CONTINUE LENDO:
4 Comments
Nossa, você descreveu Zurich com a maior perfeição!!! Parabéns!! Não tinha dúvida de que iriam adorar aquela cidade perfeita!! Muitos resistem a conhecê-la, mas quando conhecem, se surpreendem! Aliás, na Suíça tudo é surpreendente!! Obrigada pela referência e pelas dicas!! Afinal, a gente dá dicas pra quem vai e recebe dicas quando voltam!! É uma troca de informações super legal! Sempre baseada em experiência próprias!! E assim a gente vai divulgando esse país encantador que é a Suica, e fazendo com que as pessoas entendam que, mesmo sendo um pouco mais caro, vale super a pena viver a experiência de um local onde tudo é perfeito!!! Parabéns pelo post!!!! Você arrasou!!! ??????????????????????
Obrigada Eliana!! Suas dicas foram imprescindíveis pra que tudo fosse maravilhoso! Adorei Zurique e foi uma grata surpresa! Fico feliz que tenha gostado do post! Beijos.
Oi, Rafa! Me fala mais desse suspersave ticket? Seu Swiss Pass foi primeira ou segunda class ?
Oi Flavia! O meu Swiss pass foi de segunda classe. Quanto ao supersaver ticket, trata-se de uma passagem que se você compra com antecedência tem um bom desconto. A minha, por exemplo, comprei com 2 meses de antecedência. Esse ticket tem hora marcada e não é passível de alteração, ou seja, você não pode perder o trem de jeito nenhum rs. Qualquer outra dúvida, só perguntar!